27/01/2016

A profecia de Marcello Caetano

Descrição: Declarações supostamente proferidas por Marcello Caetano em relação ao futuro de Portugal após o 25 de Abril.

Veredicto: FALSO 



Este recorte de supostas declarações de Marcello Caetano, último Presidente do Conselho do Estado Novo, tem vindo a circular por e-mail e também nas redes sociais há já dois anos (a crer pelo parágrafo introdutório).

Trata-se de um texto que vai de encontro ao desencanto generalizado da população em relação à classe política e que confere ao último homem forte da ditadura uma aura de assertividade profética.

Acontece no entanto que o texto resulta de uma deturpação de declarações feitas por Marcello Caetano sobre o Ultramar, durante uma entrevista que lhe foi feita pelo seu amigo Joaquim Veríssimo Serrão e que este publicou em forma de livro sob o título "Marcello Caetano, Confidências no Exílio" em 1985, sob a estampa da editora Verbo.

A declaração original é a seguinte:

"Sem o Ultramar estamos reduzidos à indigência, ou seja, à caridade de das nações ricas, pelo que é ridículo continuar a falar de independência nacional. Para uma nação que estava em vésperas de se transformar numa pequena Suiça, a revolução foi o princípio do fim. Restam-nos o Sol, o Turismo, a pobreza crónica e as divisas da emigração, mas só enquanto durarem.” As matérias-primas vamos agora adquiri las às potências que delas se apossaram, ao preço que os lautos vendedores houverem por bem fixar. Tal é o preço por que os Portugueses terão de pagar as suas ilusões de liberdade.

e pode ser encontrada na página 208 do livro:


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